Alba em memória de Sophia
é quando a luz safira e cor de rosa
a humedecer as nuvens, matinal,
alastra pelas praias, vagarosa,
e nas dunas rendilha o seu metal,
é quando algas e mar, corais, espuma
e sombras transparentes vêm na brisa,
é quando em nós a lira desarruma
a angústia e o silêncio e a imprecisa
densidade do tempo e se combina
do ouvido à alma na medida certa
uma geometria cristalina,
é quando um crespo deus pagão desperta
a dar o alento próprio à maresia
e canta ao encontrar-se com sophia.
Vasco Graça Moura
é quando a luz safira e cor de rosa
a humedecer as nuvens, matinal,
alastra pelas praias, vagarosa,
e nas dunas rendilha o seu metal,
é quando algas e mar, corais, espuma
e sombras transparentes vêm na brisa,
é quando em nós a lira desarruma
a angústia e o silêncio e a imprecisa
densidade do tempo e se combina
do ouvido à alma na medida certa
uma geometria cristalina,
é quando um crespo deus pagão desperta
a dar o alento próprio à maresia
e canta ao encontrar-se com sophia.
Vasco Graça Moura
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